terça-feira, 17 de agosto de 2010

O Jalapão

Adeus Jalapão

O Jalapão sempre foi para mim, um daqueles lugares que via nos livros de turismo, aventura, parques nacionais e literatura do gênero.
Algumas vezes pensava que um dia, quando desse, iria para lá.

Esse dia chegou junto com as filmagens de Xingu. Optamos por fazer parte do filme lá no Jalapão. Queremos ficar o menos possível dentro do Xingu. A idéia é causar o menor impacto, e uma equipe de cinema não costuma ser uma coisa pequena. Por isso fomos para o Tocantins.

O Jalapão foi uma surpresa. Para chegar lá viajei 4 horas de carro a partir de Palmas numa estrada quase toda de terra.
Na estrada a magnitude do lugar começa a aparecer. Um planalto onde se tem visão de 360 graus, cercado por chapadões que parecem a távola dos deuses.



Cheguei a São Felix, cidade onde estamos baseados. Fui direto ao set que está instalado em frente a um rio que é simplesmente magnifico. As cores variam entre o azul, verde e amarelo, com uma água limpa, transparente e refrescante.



Todo o dia a natureza nos brindava com espetáculos visuais de tirar o fôlego. Os pores-do-sol mais lindos que já vi, revoada de araras, tucanos e papagaios. Siriemas, emas e até um urubu rei brancão eu vi.




Hoje não resta dúvida de que tomamos a decisão certa de levar as filmagens para o centro do Brasil, onde os irmãos Villas Boas viveram grande parte de suas vidas. Olhando o material que vai sendo revelado, podemos ver impresso no filme a força bruta da natureza selvagem. Essas imagens nos dão uma idéia da aventura que os irmãos viveram. Os caras eram bem loucos!

O Jalapão vai deixar saudade, apesar do calor infernal que faz. Ainda voltarei aqui para conhecer melhor a região que tem muita coisa bacana. Dunas, cachoeiras, rafting e rios lindos.
Um dos nossos motoristas é um guia local que recomendo para quem quiser conhecer o Jalapão. O cara conhece tudo e é um contador de causos de mão cheia. O nome dele é Genival e telefone 63-9283 2545.

Andrea Barata Ribeiro




Se de dia o Sol torra o côco amolecendo o corpo, a noite, quando escurece, gela a alma e endurece os músculos. Coisa de deserto mesmo, coisa que de fato encontramos. Algo tão natural quanto passar repelente contra infinitos mosquitinhos ou coçar suas picadas, indiferentes `a essa proteção, é enxugar dois ou três copos de água seguidos. Assim, o batido "que tempo maluco, né?" deixa de ser o chavão da falta de assunto para se tornar um assunto de fato e direito. Mordidas, frio, calor, cansaço. Ponderando isso, em troca do que temos de positivo por aqui, deixo uma pergunta simples no ar: vale?




Se fosse pelas pessoas que conhecemos, meu último post já teria respondido muito bem essa pergunta, porém, fiquemos agora com um pouco que há de paisagem para tentar dar-lhe uma resolução. Esse é o lugar onde estamos.



Quico Meirelles

3 comentários:

Rafael Corado disse...

Nós "JALAPOEIROS" que agradecemos ao filme XINGU pela oportunidade de divulgação de nossa terra, tenho certeza, que a partir disso, muitas coisas boas virão. Concordo sem dúvidas, com os relatos de encantos com nossa paisagem, papai do céu caprichou!
Desejamos a toda equipe muito sucesso e esperamos ansiosos pelo resultado na telona.
Abraços e saudades!!!

Esli disse...

De arrepiar!

Julio Cesar Corrêa disse...

Parece ser desses lugares pelos quais não passamos impunimente. Toda a equipe que foi, não será a mesma que voltará.
abraços